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A Nintendo sempre tenta inovar, melhorar e trazer diferentes experiências para o seu consumidor. Desde os anos 80 e 90 com o NES e o Game Boy, vários acessórios eram lançados ou licenciados por ela para aumentar a diversão nos seus jogos e aparelhos.

No ano de 1987, a Nintendo lançou exclusivamente no japão, um óculos com efeito 3D compatível com o console Famicom, chamado de Famicom 3D System. Quase exatamente um mês após o lançamento do acessório da Nintendo, a Sega lançou sua própria tentativa de jogos em 3D – os óculos SegaScope 3D Glasses (chegou no Brasil em 1989 no Brasil com o nome Óculos 3D).

O apelo dos jogos 3D parecia fluir aos poucos com o decorrer dos anos, mas sempre caía no esquecimento.

Nos anos 90, o Super Nintendo estava tornando-se obsoleto e novos consoles estavam chegando no mercado. A empresa produziu um novo console, com esperanças que isso ajudasse a acalmar o ânimo das pessoas até a chegada do Nintendo 64. Foi aí que chegou o Virtual Boy.

O lançamento do Virtual Boy em 1995

Era o ano de 1995, a Nintendo decidiu promover um tipo diferente de 3D com o lançamento no evento Consumer Eletronics Show em Las Vegas, um dispositivo conhecido como VR-32 e afirmou que ele permitia que o jogador fosse imerso nos jogos. Mais tarde este dispositivo viria a ser conhecido como Virtual Boy, o primeiro dispositivo doméstico exclusivo para o uso de jogos com Realidade Virtual.

O Virtual Boy foi lançado oficialmente em dois mercados; O Japão recebeu o console em 21 de Julho de 1995, quanto a América do Norte recebia quase um mês depois, em 14 de Agosto de 1995. Como a maioria dos consoles da Nintendo, o Virtual Boy veio com um jogo fora da caixa, Mario’s Tennis, que seria o primeiro jogo a dar o gostinho de Realidade Virtual em casa.

Box do jogo Mario’s Tennis para o Virtual Boy | Imagem: Wikipédia

Até então, o Virtual Boy era um projeto ambicioso e assumiu muitos riscos, apresentando uma idéia que não havia ainda sido explorada pelos fabricantes de videogames. Mas como eles conseguiram isso?

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Olhando o capô

O Virtual Boy foi o primeiro console de 32-Bits da Nintendo. Alimentado com um processador NEC V810 personalizado, um RIC 32-Bits com um clock de 20 Mhz. Este chip permitiu que o console produzisse gráficos com maior qualidade – Pelo menos para um console “portátil” na época – comparável ao que você esperaria vindo de um videogame padrão.

No entanto, o elemento principal aqui foi o par de monitores (um para cada olho) que ativou o efeito 3D e a sensação de Realidade Virtual para o jogador. Cada tela tinha um display LED monocromático vermelho com uma resolução de 384 x 224 pixels, com quatro tonalidades simultâneas por coluna de 4 pixels – Preto e três vermelhos com aproximadamente 128 níveis de intensidade – E uma taxa de quadros de 50hz. Claro que devido a tela usada, os jogos eram todos coloridos em preto em vermelho semelhante como eram os jogos coloridos em preto e verde no Game Boy.

O design da tela dupla permitiu que o jogador visualizar no Virtual Boy duas imagens diferentes ao mesmo tempo, criando a ilusão de 3D mas usando imagens em 2D, há um controle deslizante que o jogador pode ajustar as telas de acordo com a distância dos seus olhos e otimizar a experiência.

Para acompanhar o conceito de Realidade Virtual, o controle conta com dois botões direcionais em ambas extremidades opostas, cada um com dois botões na frente e dois botões na parte inferior. O controle também serviu para conectar a fonte de energia do console que também pode ser alimentado com o uso de pilhas AA.

Controle do Virtual Boy – Nintendo | Imagem: Wikipédia

Com tudo isso, o Virtual Boy foi configurado para ser um console “portátil” com poder, pelo menos, parecido com o Super Nintendo, proporcionando uma experiência mais virtual. Embora tecnicamente ele seja um console de 32-Bits, ele foi uma mistura para diminuir os custos e manter uma especificação mais próxima do Super Nintendo.

Os jogos lançados e como era jogar em um Virtual Boy

Apesar de parecer tudo muito bom, não foram produzidos muitos jogos. Houve um total de 14 jogos lançados para o mercado americano e 19 para o mercado japonês – Mas com um total de 22 jogos diferentes.

Galatic Pinball trazia muitas missões no Virtual Boy.
Mario’s Tennis não ficou de fora, mas não fez muito bonito. 🙁
Wario Land trouxe tudo do melhor dos jogos da série.

De todos os jogos lançados, a maioria é visto como jogos decentes e divertidos, embora muito pouco aproveitavam a experiência da realidade virtual e focalizem o aspecto 3D. Apenas dois jogos tentaram fazer uma experiência onde você realmente sentisse que estava dentro do Virtual Boy: Teleroboxer e Red Alarm.

Confira no vídeo

Ambos os jogos são em uma perspectiva em primeira pessoa; Red Alarm tinha a visão em primeira pessoa como opção, enquanto o Teleroboxer era em primeira pessoa e ainda utilizava ambos os botões direcionais. Este último é provavelmente o melhor jogo do Virtual Boy, ele mostra todo o potencial que o console era capaz de fazer. Infelizmente o restante dos jogos não fizeram que o Virtual Boy tornasse um console memorável e único…

Teleroboxer trazia gráficos legais, foi o que utilizou melhor o efeito 3D!

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Por que o Virtual Boy não é tão lembrado?

Primeiramente, a recepção do console não foi a das melhores. Ele permaneceu menos de um ano nos Estados Unidos antes de ser descontinuado. No Japão, o console durou apenas 5 meses nas prateleiras das lojas.

O Virtual Boy é o segundo console menos vendido da Nintendo de todos os tempos, perdendo apenas para o Nintendo 64 DD. Embora houvesse muitas razões que explicam a má reputação do console, aqui estão algumas delas:

  • O console não poderia ser jogado em qualquer lugar. Sem uma cinta que colocasse em cima da cabeça, o Virtual Boy tinha que ser colocado em cima de uma mesa ou no chão, não era um verdadeiro videogame portátil como anunciado.
  • Os jogos, embora decentes, eram difíceis de jogar uma vez que não ofereciam uma experiência boa o suficiente, assim como era o Super Nintendo ou no Game Boy.
  • O Virtual Boy causava cansaço visual e dores de cabeça depois de jogar – Para alguns foram minutos e outros cerca de uma hora, mas o resultado foi sempre o mesmo.
  • Não há suporte para dois jogadores. Embora o Virtual Boy possua uma porta especial destinada para isso (chamada de EXT Port no console), nenhum dos jogos lançados suportava o recurso. O jogo Waterworld tinha uma função para dois jogadores, mas era necessário passar o console para o outro jogador. Embora tenha sido dito que Waterworld e Panic Bomber foram originalmente programados para ter a funcionalidade multiplayer, a Nintendo não tinha planos de lançar o link do console tão cedo, então ele foi removido.
  • Era muito caro. O console “portátil” foi vendido por 179 dólares nos Estados Unidos. Considerando que o Super Nintendo (e mais tarde o Nintendo 64) que foram lançados por 199 dólares, o Virtual Boy ficou caro pelo que ele oferecia. Talvez o mais importante, o valor do Game Boy foi de 89 dólares e oferece uma vasta biblioteca de jogos, tornando o Virtual Boy uma venda difícil.
O desconforto para jogar o Virtual Boy é visível para todos. | Imagem: Alban

Relembrando o Virtual Boy

Apesar de um forte impulso de marketing, não demorou muito para que a Nintendo considerasse o dispositivo um fracasso comercial. Reclamações como o seu alto preço, a falta de cores e o fato que era desconfortável se usar foram os motivos que levaram a Nintendo a encerrar seu processo de fabricação. Fora vendidas no total 770.000 unidades no mundo todo.

O Virtual Boy nasceu prematuro e não estava pronto para enfrentar o mercado. A tecnologia por trás disso era ambiciosa e nós sempre devemos lembrar disso como um dos grandes experimentos da Nintendo que nos deu um gostinho das coisas que viriam no futuro.

Realidade virtual não é acessível

O Virtual Boy da Nintendo foi um marco no mundo dos videogames, não apenas por seu fracasso retumbante, mas também por ser um precursor da tecnologia de realidade virtual. No entanto, mesmo após décadas desde seu lançamento, a realidade virtual ainda não encontrou seu lugar de destaque no mercado de consumo.

Com produtos como o Oculus Rift, PlayStation VR e até mesmo o recente lançamento do Apple Vision Pro, a tecnologia de realidade virtual continua sendo um luxo inacessível para muitos.

Mesmo com alternativas mais acessíveis, como o Google Cardboard para celulares, a adoção em massa parece estar longe de acontecer. No entanto, a persistência das empresas em investir nessa tecnologia sugere que ainda há um interesse genuíno em explorar suas possibilidades.

Talvez, em um futuro próximo, com avanços tecnológicos e preços mais acessíveis, a realidade virtual finalmente encontre seu lugar merecido no mundo do entretenimento. Até lá, o legado do Virtual Boy permanece como um lembrete das tentativas passadas e das lições aprendidas sobre a complexidade de trazer a realidade virtual para o mainstream.

E você, já experimentou o Virtual Boy ou algum tipo de realidade virtual? Eu já joguei bastante com o Google Cardboard quando aqueles óculos vr baratinhos viraram febre! Conte pra gente nos comentários!

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